CRISTIAN - NO MEIO DA NOITE

CRISTIAN - NO MEIO DA NOITE

Como de costume, Cristian se levantou no meio da noite para pegar algo para comer, fugindo da dieta imposta pelo nutricionista com o qual ele vinha se consultando.

Ele desceu os degraus da escada tentando ser o mais silencioso possível, mas à noite, tudo parecia ser muito barulhento, até mesmo os seus passos. Mesmo assim, ele continuou até chegar na geladeira. Lá havia uma variedade gigante: sorvete, bolo, doce de leite, torta, brigadeiro, gelatina, mousse de limão e até mesmo um pavê! Cristian iria comer de tudo um pouco, e sua única dúvida era por onde começar. Depois de muito pensar, o bolo foi sua primeira escolha; não demorou muito e ele acabou com aquele pedaço. Foi quando uma batida na porta da cozinha que dava para o quintal chamou a atenção do pequeno rapaz, fazendo-o se aproximar da porta e tentar olhar por baixo da fresta existente entre esta e o chão.

- Ei, garoto! - disse uma voz doce de mulher vinda do lado de fora.

LINDA COMO OS ANJOS

LINDA COMO OS ANJOS

Preso nesta escuridão por causa dela, e ainda assim queria poder falar o quanto ela é linda, olhando nos seus olhos pela última vez.

A primeira vez que a vi foi como se todas as mulheres que tinha visto até hoje tivessem sido rebaixadas a meras bonecas de pano sem vida e sem graça. Minha cabeça explodiu. Nunca antes uma garota mexeu comigo dessa forma. Percebi logo que não era só mais uma garota: era uma deusa, uma poderosa deusa andando no meio de mortais somente para despertar cobiça, inveja e desejo. Olhei para ela a noite inteira e perdi as contas de quantos homens tentaram flertar ou conseguir tirar uma casquinha da sua carne, mas ela não se incomodava, não ela, porque ela tinha tudo sob controle. Os caçadores achavam que ela era parte da caça, mas na verdade ela era o predador e eles eram suas presas. Eles vinham até ela por conta de todo seu charme. Se eu fosse descrevê-la com uma única palavra eu diria poderosa. Eu também a queria, como eles, de modo que não poderia me prestar ao privilégio de falhar. Eu não poderia me dar a esse luxo... se eu tivesse uma chance, por menor que fosse, teria que aproveitar bem, e não desperdiçar com uma mera cantada. Eu sabia que ela também me observava, mas ela me disse que só me notou no momento em que veio falar comigo.

Ela se apresentou como Angel. Hoje nem sei dizer se esse é seu nome.

A MORTA NÃO SOU EU

A MORTA NÃO SOU EU

A lua brilha como uma gigante esfera prateada, suprindo a falta de iluminação das lâmpadas quebradas, entre ruas e vielas escuras de um bairro da zona leste. O silêncio da madrugada é quebrado com os sons dos passos de uma moradora da região. Ela caminha de volta para casa, vindo de um dia exaustivo de trabalho. Hoje não era a melhor noite para ficar até tarde fazendo hora extra e seu caminhar rápido expressa o medo de se tornar mais uma vítima. Os jornais e noticiários alertam todos para tomarem cuidado, há um assassino a solta.

A MÃE - A NOITE CAI - 2º PARTE



A MÃE - A NOITE CAI - 2º PARTE

Faz um ano desde a morte de Carla. Durante todo esse tempo, dediquei-me a recolher informações sobre o ocorrido. Conversei com especialistas, passei noites vasculhando a internet e pesquisei tudo o que podia saber sobre hemorragia espontânea. No entanto, nenhuma explicação me satisfazia e nada parecia fazer sentido.

Em uma dessas noites de insônia, lembrei-me do que os paramédicos disseram. Não se tratava de um caso isolado. Haviam ocorrido outros cinco casos na mesma noite.

Na manhã seguinte, fui até o hospital, mas não consegui obter nenhuma informação com a administração. Eu deveria saber que eles não me passariam informações sobre outros pacientes. Mas nem tudo estava perdido. Uma enfermeira que me ouviu perguntando sobre os casos na administração me indicou uma mulher cujo filho havia sido um dos casos de óbito por hemorragia espontânea na mesma noite. A enfermeira me passou o endereço e me alertou para tentar ser o mais paciente possível com aquela mulher, já que ela não era a mesma pessoa desde aquela noite.