A RUA QUE NÃO EXISTIA

A RUA QUE NÃO EXISTIA


Isso aconteceu comigo e gostaria de dividir com vocês.

Alguns anos atrás, quando comecei a cursar a faculdade, saí para fazer minha primeira visita a uma exposição de artes. Fui me guiando por um pequeno mapa no celular, mapa esse que talvez tenha se tornado o "Google Maps" de hoje. Ao sair do metrô, passei por uma praça que dava acesso a uma avenida com diversas ruas, cheias de lojas e todas bem movimentadas. Ainda seguindo o mapa, depois de uma ou duas viradas, acabei entrando em uma rua que mais parecia uma viela, por ser longa, estreita e quase não haver portas ou janelas. Ali transitavam poucas pessoas, que caminhavam bem lentamente.

Sem dúvida, aquela era a rua com menor movimento que passei naquele dia, mas não era só isso que havia de diferente. A claridade do local pertencia a um tom meio azulado que não estranhei naquele momento, já que eu não estava familiarizado em caminhar por ruas com prédios tão altos ao ponto de bloquearem a luz do sol.

Pensei mesmo que aquele tom azulado meio escuro fosse algo normal, mas agora, parando para pensar, era quase meio-dia. Bom, segui caminhando com uma sensação estranha, que passou quando cheguei ao final da rua, onde me dei conta da mudança no tom da claridade novamente.

Indo embora da exposição, resolvi fazer o mesmo caminho, já que achava que, para não me perder, precisava fazer o mesmo trajeto na volta (pensamento bobo de quem não sabe andar no centro da cidade). Ainda não tinha me dado conta de como foi estranha aquela situação até chegar exatamente no ponto do mapa em que passei e não achar aquela rua. Isso mesmo, passei pelo mesmo local, porém, entrei em uma rua completamente diferente, um lugar bem movimentado cheio de lojas e pessoas. Na hora, me senti confuso, pensei que tinha algo errado com o mapa e acabei errando o caminho. Por conta disso, poderia me perder. Então, parei de confiar no aplicativo e decidi dar algumas voltas até achar aquela rua. Como tinha falado antes, na minha cabeça, teria que passar por aquela rua novamente para chegar até a estação, então, precisava achar aquela rua de qualquer jeito.

Depois de andar bastante de uma ponta a outra da avenida, olhando todas as travessas de ruas, me dei conta de que aquela rua realmente não estava mais lá e acabei chegando à praça próxima do metrô sem passar ou rever a tal rua novamente. Então, resolvi fazer o que qualquer pessoa faria naquela situação: deixar aquilo para lá e voltar para casa. Afinal, eu tinha muitas outras obrigações pela frente.

Isso aconteceu comigo há alguns anos, não lembro a data ao certo, e me arrepio só de lembrar. Ainda assim, penso em criar uma história com isso algum dia. "Uma rua que existe, mas não existe", com certeza daria uma ótima história. Vocês não acham? 


Por: Mudo


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