APOCALIPSE


APOCALIPSE

Uma multidão corre em minha direção. Gritos e histeria, pessoas desorientadas como um rebanho de ovelhas fugindo de seu predador. Por impulso, também começo a correr, mas não posso me tornar mais um no meio desta desordem. Mesmo assim, uma coisa é certa: preciso continuar correndo e sair daqui.

Viro em uma rua sem saída que, por algum motivo, está vazia. Vejo um portão aberto. Escuto tiros e mergulho para dentro do portão, por puro reflexo. Me tranco pelo lado de dentro. Quando me viro, um sujeito empunhando uma faca vem em minha direção e a deixa bem próxima ao meu pescoço.

HOMEM
Nunca pensei que chegaria o dia em que um playboy iria invadir minha casa. Qual é o seu vulgo?

Apenas o observo, analiso de cima a baixo, mas não respondo.

HOMEM
É mudo, porra?!

PABLO
Não.

Tudo que consegui responder, ainda observando-o.

HOMEM
Então fala, porra!

PABLO
Gustavo.

Claro que não daria meu nome verdadeiro.

CAIXÃO NA BARRAGEM

CAIXÃO NA BARRAGEM

Era difícil para Oscar andar à noite, principalmente ao perceber o chão tão distorcido. Não sabia o que seria pior: chegar em casa tão embriagado ou ser encontrado no meio da rua; não queria passar vergonha, ainda mais tendo bebido tão pouco.

A solução seria cortar caminho pela barragem. Afinal, ele precisava chegar em casa rapidamente, antes que o álcool em seu sangue o deixasse inconsciente.

ALGUMAS POUCAS MENSAGENS


 ALGUMAS POUCAS MENSAGENS

Sentada em um banco da Praça da República, em plena tarde de uma segunda-feira, uma jovem de cabelos negros, olhos verdes e pele esbranquiçada ri sutilmente enquanto desfruta de seus poucos minutos do horário de almoço, trocando mensagens em um destes aplicativos de relacionamentos - indicação das suas amigas, que por lá conheciam diversos rapazes interessantes. Apesar de inicialmente ser contra conhecer alguém usando esse tipo de recurso, por curiosidade acabou cedendo aos pedidos das amigas e criou um perfil.

[Perfil de Melissa]

SONHADORA é a palavra que me define, pois sou complexa como um sonho deve ser.
Séries
Filmes
Livros
Isso é tudo que precisa saber por enquanto. Não perca seu tempo e não me faça perder o meu. Se deseja sexo casual aperte o X, mas se quer conversar e ver no que vai dar, s2.

A CARTA DE MARIANA

A CARTA DE MARIANA

Luiz, um homem alto de aparência abatida, caminha pela rua durante a noite até parar em frente a uma casa onde chama por Renato.

- Renato! Oh Renato! - ele chama.

Um belo jovem de olhos castanhos, cabelos escuros e barba que vagamente se parecia com Luiz abre a porta. Ao ver Luiz, o rapaz desce as escadas com um sorriso largo em seu rosto.

- Oi pai, chegou bem a tempo de pegar o jantar. Pedimos pizza, entra aí.

Obrigado, meu filho, mas antes de entrar, precisamos conversar. Hoje, eu encontrei isso em cima da mesa - disse Luiz em um tom de preocupação, mostrando uma folha de papel amassada com algumas poucas palavras escritas.

A ENFERMEIRA - A NOITE CAI… 3° PARTE

 

A NOITE CAI… 3° PARTE A ENFERMEIRA.

O que vivenciei na casa daquela mulher foi uma das coisas mais insanas que já passei. Aquele bebê todo roxo chorando no berço não saía da minha cabeça. Por conta disso, deixei a pesquisa sobre o que aconteceu com Carla de lado por um bom tempo, mas esse carma me persegue. Acabei encontrando sua irmã; conversamos sobre diversas coisas, mas foi inevitável não falar dela. Quando dei por mim, estava desabafando novamente sobre aquela terrível cena que os paramédicos não souberam me explicar. Carla sangrava pelos olhos, nariz e boca, repetindo a mesma frase: “a noite cai, a noite cai, a noite…”

Aquela lembrança voltou a me assombrar. E aquela imagem do bebê roxo chorando naquele berço velho já não era mais o mal que me aterrorizava durante o ócio.

Voltei à pesquisa na internet sobre hemorragia, mas eu sabia o que tinha que fazer. Eu tinha que ir atrás das pessoas que passaram pela mesma situação.