APOCALIPSE
Uma multidão corre em minha direção. Gritos e histeria, pessoas desorientadas como um rebanho de ovelhas fugindo de seu predador. Por impulso, também começo a correr, mas não posso me tornar mais um no meio desta desordem. Mesmo assim, uma coisa é certa: preciso continuar correndo e sair daqui.
Viro em uma rua sem saída que, por algum motivo, está vazia. Vejo um portão aberto. Escuto tiros e mergulho para dentro do portão, por puro reflexo. Me tranco pelo lado de dentro. Quando me viro, um sujeito empunhando uma faca vem em minha direção e a deixa bem próxima ao meu pescoço.
HOMEM
Nunca pensei que chegaria o dia em que um playboy iria invadir minha casa. Qual é o seu vulgo?
Apenas o observo, analiso de cima a baixo, mas não respondo.
HOMEM
É mudo, porra?!
PABLO
Não.
Tudo que consegui responder, ainda observando-o.
HOMEM
Então fala, porra!
PABLO
Gustavo.
Claro que não daria meu nome verdadeiro.