ALGUMAS POUCAS MENSAGENS


 ALGUMAS POUCAS MENSAGENS

Sentada em um banco da Praça da República, em plena tarde de uma segunda-feira, uma jovem de cabelos negros, olhos verdes e pele esbranquiçada ri sutilmente enquanto desfruta de seus poucos minutos do horário de almoço, trocando mensagens em um destes aplicativos de relacionamentos - indicação das suas amigas, que por lá conheciam diversos rapazes interessantes. Apesar de inicialmente ser contra conhecer alguém usando esse tipo de recurso, por curiosidade acabou cedendo aos pedidos das amigas e criou um perfil.

[Perfil de Melissa]

SONHADORA é a palavra que me define, pois sou complexa como um sonho deve ser.
Séries
Filmes
Livros
Isso é tudo que precisa saber por enquanto. Não perca seu tempo e não me faça perder o meu. Se deseja sexo casual aperte o X, mas se quer conversar e ver no que vai dar, s2.

Mesmo sem foto, todos os dias apareciam muitas combinações. Era uma maré de homens interessados, mas bastavam três ou quatro frases para que eles quisessem seu contato, chamassem-na para sair ou pedissem fotos sensuais. Essas coisas deixavam-na furiosa, porém Melissa gostava de se sentir desejada. De certa forma, essa ferocidade de um leão faminto que eles demonstravam a incomodava e ainda assim fazia bem ao seu ego, mas não era isso que ela procurava... Melissa queria algo daqueles animais, e para consumirem sua carne e saciarem sua fome precisariam dar-lhe algo em troca. Cantadas, elogios ou promessas de uma noite incrível não eram o suficiente; ela procurava alguém interessante que não tivesse a necessidade de esfregar as fotos de suas viagens em sua cara para falar o quanto poderia ser rico. E no meio deste mar de leões famintos e fúteis havia um comedido, Pedro, que passava uma serenidade nada comum comparado aos demais... mas ele não a enganava. Ela sabia que, assim como os outros leões, aquele também tinha fome, uma fome talvez até maior - Esses quietinhos são os piores... um leão que não está faminto provavelmente está com o estômago farto, deve tê-lo enchido com outra presa - Dizia a si mesma, tentando se convencer de que não estava tão interessada. Ele a intrigava, falava pouco de si mesmo. Misterioso era a palavra que o definia. Passavam horas falando sobre ela, seus gostos e costumes, e mesmo quando o assunto ficava mais picante Pedro conseguia ser discreto, pelo menos até aquele dia.

[PEDRO] Se eu procurasse beleza, não estaria nesse aplicativo.

[MELISSA] Que frase clichê!

[PEDRO] Uma vida sem clichê é como um pão com geleia: até é gostoso, diferente e pode ter diversas variações, mas não é tão bom quanto pão com margarina.

[MELISSA] Rapaz, de onde tira tanta breguice? kkkkkkk!!!

[PEDRO] De um repertoório ilimitado de filmes e séries que vi e vejo desde pivete... Mas sem enrolação, vai ou não me mandar uma foto sua?

[MELISSA] Nesse aplicativo não dá pra enviar imagens.

[PEDRO] Sei disso. Vamos ter que trocar contatos... Prefere meu número ou uma rede social?

Melissa não respondeu. Não queria passar o número. Talvez fizesse três ou quatro semanas que trocava mensagens com ele em seus tempo livre, mas não importava, ele ainda era um completo desconhecido, embora um desconhecido muito paciente, já que nenhum outro ficara tanto tempo apenas conversando sem pedir algo ou ser inconveniente. No fundo ela sabia que seu maior medo não era sua segurança e sim sua insegurança: o perfil dela não tinha fotos e não tinha ideia da reação dele quando enviasse alguma... Se ele a achasse feia ou gorda demais? Os padrões de beleza impostos pela sociedade eram tão diferentes do dela... até então sempre se orgulhara das suas curvas fora desta forma que a mídia passa na cara dos espectadores pela tela da televisão, mas ser rejeitada por conta disso seria um belo puxão de tapete.

Uma hora teria que acontecer, Melissa. Esses aplicativos são justamente para isso, conhecer pessoas - Diz isso em seus pensamentos, e antes que pudesse decidir o que iria fazer, seu celular tocou. Era o alarme que avisava o fim da hora do almoço. Ela desligou a tela do aparelho, levantou do banco e ao atravessar a praça, seguindo em direção ao seu trabalho, sentiu uma estranha sensação, um incômodo que fez seu coração acelerar. Ela aumentou a velocidade dos seus passos e seguiu até a rua do prédio no qual trabalhava. Dentro do edifício, a estranha sensação passou. Lá, ela olhou para o velho relógio que não tinha os ponteiros de segundos. Chegara dez minutos adiantada, como de costume. Quando entrou em sua sala se deparou com Raiane, Ketellyn e Geovana, suas amigas de trabalho. Estavam sentadas na mesma mesa de sempre, conversando sobre o encontro de Geovana.

RAIANE
Aff, Geovana... Como consegue falar essas besteiras com tanta naturalidade? Não tem vergonha, não? Para com essa "putices"...!

MELISSA
Pelo jeito, cheguei na melhor parte da conversa, onde a Rai começa a impor suas moralidades...

RAIANE
Vocês ficam de “putice” e eu sou a moralista? Ah, tá!

KETELLYN
Nada de brigar por bobagem, porque o melhor assunto acabou de cruzar a porta.

GEOVANA
É mesmo, Mel... Você já saiu com alguém do aplicativo?

Melissa ergueu as sobrancelhas, abriu bem os olhos e os jogou pro lado como se estivesse cheia daquele assunto. Puxou uma cadeira e sentou-se à mesa com suas amigas.

MELISSA
Lógico que não, estão doidas? Só baixei há quatro semanas...

GEOVANA
Em uma semana eu já tinha preenchido todos os finais de semanas por um mês inteiro com tudo que é boy diferente em lugares caríssimos.

RAIANE
Nossa, Geovana!

GEOVANA
Que foi?!

KETELLYN
Nada, mas é que cada um tem seu tempo, e o seu é bem rápido... Vamos focar na Mel. Então, Mel, não tem pelo menos um rapaz com quem esteja trocando mensagens?

Mel hesita em falar, ergue a sobrancelhas e faz novamente sua cara de quem está cheia do assunto, só que desta vez fica envergonhada.

GEOVANA
Tem sim. Olha a cara dela!

MELISSA
Então, tem um carinha... estamos conversando, mas acho que vamos parar de conversar.

KETELLYN
E por que diz isso?

MELISSA
Porque ele quer uma foto minha e não quero passar. Mal o conheço... e se for um maluco?

GEOVANA
Mel, eu não estou te entendendo... Se não passar o contato ele vai continuar sendo desconhecido.

KETELLYN
Essa é a ideia do aplicativo, Mel... Vê se deixa de ser insegura.

Geovana estende a mão para Melissa.

GEOVANA
Mel, me passa seu celular. Quero ver as fotos do boy para saber se ele é gostoso ou se tem cara de psicopata.

Melissa desbloqueou a tela do seu aparelho e as suas amigas olharam todas as fotos de perfil do rapaz.

KETELLYN
Meeeel! Por que não passou seu contato pra ele ainda?!

GEOVANA
Falando com um boy deste, até eu teria vergonha de mandar uma foto.

RAIANE
Até eu daria uma de Geovana com ele.

MELISSA
Não é vergonha. Me parece errado, sei lá! Nem deveria ter instalado esse aplicativo... Agora estou nessa dúvida se passo meu contato pra ele ou não.

GEOVANA
Estava Mel.

MELISSA
Ainda estou.

GEOVANA
Estava Mel, porque acabei de enviar seu número pra ele.

Melissa e suas amigas arregalaram os olhos, sem palavras.

GEOVANA
Me agradece depois. Agora vamos voltar para nossa P.A. porque intervalo do almoço já acabou.

Geovana saiu tranquilamente como se nada tivesse acontecido, deixando suas amigas na mesa. Ketellyn e Raiane começaram a rir e Melissa ainda continuava sem reação. Sentiu uma sensação estranha que poderia ser o que as pessoas chamavam de "frio na barriga", coisa que ela, até aquele momento, não tinha experimentado... mas o toque de celular cortou esse clima. Foi o aviso da chegada de uma nova mensagem no celular de Melissa. Era um simples “Oi" de um número desconhecido que vinha acompanhado de um silêncio tênue, repleto de expectativas... tudo indicava se tratar de Pedro, o rapaz do aplicativo. Suas amigas a observavam fixamente com olhares tendenciosos que pediam por uma reação, mas Melissa não deu uma resposta, apenas desligou o celular e levantou-se, olhou para o velho relógio e mudou o assunto, enquanto seguiu até seu ponto de atendimento.

MELISSA
Não entendo o que um relógio tão velho e feio faz em um lugar como estes.

Suas amigas olharam para o relógio e se deram conta de que passaram alguns minutos do horário. Levantaram-se rapidamente sem sequer recolher as embalagens e os restos da bagunça, deixada para trás, sobre a mesa.

Duas horas já haviam se passado, mas não para Melissa... o tempo custa a passar quando seu coração pulsa de tanta ansiedade. Essas poucas horas pareciam ter sido uma tarde inteira. Perguntava-se como algo tão bobo quanto um "Oi" de uma mensagem podia tirar sua concentração desta forma, deixando-a tão inquieta quanto a espera do resultado final das notas da faculdade - Não tenho nenhuma recordação da última vez em que fiquei tão ansiosa por conta de alguém, talvez porque eu nunca tenha ficado. Exceto quando Pluto ficou doente... Não seja boba, Melissa! São situações diferentes... Pluto é um cachorro! - Em sua cabeça, Melissa sempre tinha diversos monólogos consigo mesma, mas nunca tão longos quanto aqueles: suas obrigações não a permitiam. Eram conversas que aconteciam nos raros momentos livres para reflexão, mas hoje nada parecia prender sua atenção por tempo suficiente para tirá-la do seu mundo interior. Cada atendimento parecia durar uma eternidade, apesar de serem feitos quase automaticamente, já que sua atenção estava toda voltada para o debate dela com o espelho, cheio de expectativas e incertezas, dentro de um salão criado no universo de sua mente.

Depois de muito penar, finalmente saiu do trabalho. O dia foi como um castigo, daqueles que sua mãe lhe aplicava quando se comportava mal, proibindo-na de sair para brincar com seus colegas quando era apenas uma criança e não se preocupava com o "Oi" de uma mensagem. Ao sair do castigo corria, cruzando a porta de casa para rua como um maratonista depois de ouvir o disparo de largada da corrida, e foi desta mesma forma que correu quando cruzou a porta do prédio em que trabalhava, mas desta vez sem recordar de sua infância, já que esta era a rotina da jovem, pois dez minutos a separavam de um trem vazio para um completamente lotado. Em sua cabeça, parecer com uma maluca apressada era completamente justificável se isso  a impedisse de pegar o trem cheio. É desagradável para qualquer um embarcar em um trem em São Paulo no horário de pico, mas para uma mulher é muito pior. Certa vez, em voz alta, alertou um sujeito para que se afastasse, já que roçava nela como um porco no cio, mas ainda assim ele fez com que ela parecesse uma maluca que estava gritando sem motivo, alegando que o trem estava extremamente cheio e que não se esfregava nela de propósito. Apenas cogitar a possibilidade de um porco imundo daqueles roçando nela novamente com esse pretexto deixava-a furiosa, afinal, toda mulher sabe a diferença de uma passada de mão proposital para uma esbarrada sem intenção. Mas, assim como os leões famintos, os porcos também sentem fome, e infelizmente Melissa era um alvo para eles, da mesma forma que todas as outras mulheres. Para Melissa, as estações de trem e metrô eram como um chiqueiro infestado de porcos imundos que ela precisava evitar na hora do rush.

Um alívio tomou conta de seu peito e a fez esquecer por alguns instantes da mensagem ao ver o trem com lugares vagos. Sentou-se ao lado de um rapaz que trocava palavras doces ao celular com sua namorada, e em sua frente havia um casal abraçado e dormindo suavemente.

Quem diria - pensa Melissa, estou vivenciando um clichê. Esse é o momento no qual me bateria a carência ao me deparar com tais cenas e responderia ao "Oi" de Pedro. De início ela se recusa a responder ao rapaz, já que não queria vivenciar esse tal clichê que pensava estar acontecendo, mas depois de duas estações ela pegou o celular e mandou uma mensagem - Oi, espero que seja quem estou pensando - Mas, para alimentar sua ansiedade, houve visualização. Ela olhava o chat de três em três minutos, até que finalmente ele visualizou, porém sem respondê-la. Passaram-se mais quinze minutos, mas a resposta não veio. A ansiedade começou a ficar de lado e a dar espaço para raiva.

Melissa desembarcou do trem e caminhou até o ponto de ônibus - Não deveria ter mandado mensagem. Esse idiota nem dá importância - Pensa, furiosa, já que esperava uma resposta rápida. Uma hora e dez minutos, o tempo entre a estação de trem e a rua de sua casa, e Pedro ainda não havia respondido. Melissa desceu do ônibus e aquela estranha sensação voltou. Diferentemente do centro da cidade, aquela rua estava vazia, mas ela não se sentia segura, de modo que aumentou novamente a velocidade de seus passos, chegando a quase correr, com os olhos colados no chão até atravessar o portão de casa e passar o cadeado, aliviando seu coração desta sensação que logo foi esquecida ao lembrar que Pedro ainda não tinha dado qualquer resposta.

Idiota, metido! Deve estar se achando o gostosão pra demorar tanto assim pra me responder! Deve estar conversando com outras naquele aplicativo, talvez com uma garota igual Geovana, bem "dada"... Homem é tudo igual! Preferem mulheres fáceis! Nem sei porque estou me importando com isso - Esbravejou bem baixo enquanto entrava em casa e se deitava de bruços no sofá da sala. Foi baixo o suficiente para não ser compreendida, mas não discreto o bastante para não ser notada por sua mãe, que passava da lavandeira para  a sala com um cesto de roupas sujas.

MÃE
O que houve, anjo?

MELISSA
Nada, mãe. É só um lance que rolou no trabalho...

MÃE
Não é nada grave?

MELISSA
Não, mãe. É só uma bobagem, não se preocupe. Se fosse algo sério a senhora seria a primeira a saber.

Sua mãe seguiu da sala em direção ao quintal.

Após um banho, já em seu quarto, com os cabelos molhados, uma mensagem chegou em seu celular. Ela pulou na cama em direção ao aparelho, rindo ao ver a mensagem de Ketellyn: um meme que tinha visto na internet - Ainda bem que não tem ninguém para me ver neste momento – pensou, já que depois de responder a sua amiga era visível a frustração em seu olhar. Então deitou-se na cama, olhando  para o teto. Antes que pudesse se lamentar ou esbravejar algo, o celular tocou mais uma vez, e desta vez era Pedro - Parece que não tem jeito de fugir destes momentos clichês – pensou, antes de ler a mensagem.

[PEDRO] Se não estiver esperando por um sujeito oferecendo empréstimo, pode ser eu. Achei que não iria me passar seu número.

[MELISSA] E eu achei que não fosse me responder.

[PEDRO] Dia corrido... Nem sempre tenho tempo de conversar, mas quando tenho, faço questão de aproveitar.

[MELISSA] Hum...

[PEDRO] Sabe o que é bom para dores nas costas?

[MELISSA] Não.

[PEDRO] Vou ter que procurar na net.

[MELISSA] Sim!

[PEDRO] Sabe, pessoas monossilábicas normalmente estão bravas ou são tímidas. Não pode ser ambas as coisas...

Melissa não respondeu. Agir de forma infantil nunca foi sua intenção, mas estava brava e passando por algo totalmente diferente do que ela estava acostumada. Nunca vivenciara essa sensação de ficar brava com a demora de uma mensagem. Apenas uma coisa fazia sentido para ela naquele momento - Estou interessada nesse sujeito sem nem ao menos conhecê-lo - Esse fato não era uma novidade, mas resolveu tratar como se fosse, como se tivesse descoberto o interesse por Pedro naquele momento, talvez para justificar a enrolação em passar o seu contato ou apenas para se conformar sobre o que estava sentido, mas o caso é que ela sentiu ciúmes da demora da resposta de sua mensagem e não sabia o que fazer com essa sensação. Sentia como se Pedro estivesse na vantagem - Mas isso não é um jogo... Ele nem deve saber como minha cabeça está bagunçada, e a partir de agora vou me certificar de não deixar isso claro - Então desligou o celular e decidiu não responder a Pedro, afinal, ter que responder a todas as mensagem na hora não era uma lei a ser seguida nas redes sociais. Melissa fechou os olhos e adormeceu.

Eram três da madrugada. Ela cordou graças ao som de música vindo de uma festa de rua. Metade da noite se passara e ela não teve tempo para sonhar, ou apenas não se recordava do que sonhou. Como de costume, olhou as mensagens no celular assim que acordou.

[PEDRO] Não pense que vou desistir. Talvez você seja insegura, mas eu sou insistente. Não quero mais uma foto sua, quero te encontrar pessoalmente, isso porque não me importo com a aparência que tenha. Eu quero o que pode me oferecer.

Melissa se rendeu pela primeira vez aos clichês que a vida lhe trazia, mas ainda assim achou que não era o momento. Sabia dentro de si que, apesar de não conhecê-lo, o interesse que sentia por Pedro era grande demais e que um dia iria encontrá-lo pessoalmente, e que talvez esse encanto fosse completamente desfeito - ou fortalecido.

[MELISSA] Vamos nos encontrar, mas seja tão paciente quanto tem sido todos esses dias. Não tenho pressa, mas não é porque não tenho pressa que não tenho interesse. Boa madrugada para você, rapaz insistente.

Ela se levantou, empolgada, e não via a hora que a noite acabasse para falar com as amigas. Ao sair do seu quarto, entretanto, deparou-se com sua mãe, ficando com o peito muito apertado com a cena horrível que acabara de presenciar: ela estava sem os olhos e o maxilar, que foram arrancados.

MELISSA
Meu Deus!

No peito de sua mãe estava escrito, com cortes, “VOCÊ É A PRÓXIMA”. Melissa gritou diversas vezes. Um homem acenou para ela da porta da cozinha, que ficava de frente à sala. Sem máscara. Sem preocupação. Ele tinha cabelos escuros, era alto, estava bem arrumado. Ela entrou em pânico e correu para o seu quarto, tentando por diversas vezes digitar o número da polícia, sem sucesso, pois suas mãos tremiam demais. Enquanto isso, o homem apenas caminhava em direção ao quarto dela, calmamente.

O som do fluxo na rua abafou os gritos de desespero de Melissa. O celular caiu no chão enquanto a ligação para polícia era completada. Uma voz do outro lado perguntava várias vezes se havia alguém na linha, enquanto Melissa gritava de dor ao receber a primeira facada, que perfurava a lateral de sua cintura. Ela subiu em sua cama e tentou se proteger com o travesseiro.

MELISSA
Por que está fazendo isso comigo?

HOMEM
Eu só estou me divertindo.

MELISSA
Para, por favor!

O homem balançou a cabeça, dizendo não. No meio da ligação que havia feito para polícia o celular de Melissa tocou, avisando da chegada de outra mensagem. O homem encerrou a ligação e olhou novamente para Melissa.

HOMEM
A polícia nunca vai chegar aqui e o Pedro disse: “Terei toda a paciência quer for necessária”... Você quer responder ou respondo eu?

Melissa apenas chorava, enquanto o homem estendia o celular para ela.

Continua...

Por Mudo.

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