O PORÃO


O PORÃO

Em uma velha casa... Por volta da meia-noite, Rafa espreitava pela fresta da porta da sala, que dava de frente para o corredor que levava ao porão. Seu irmão mais velho descia com um copo de leite e bolachas.

RAFA
Raul descendo pro porão com um copo de leite e bolachas?

Questiona-se, mas sem poder perguntar a Raul, que tinha dito que iria dormir. Mas a curiosidade não permitiu que ele deixasse esse fato para trás. Sentia uma necessidade de saber o que seu irmão foi fazer ali, àquela hora da noite.

Ele o aguardou, sem conseguir parar de olhar para o relógio. Parecia que o tempo custava a passar quando se tinha um relógio como companhia, já que os ponteiros se moviam como um homem velho caminhando, dando um passo por vez, bem lentamente, com muito esforço, por conta do cansaço da idade. Rafa se encostou na parede fria e continuou esperando. Se passaram alguns minutos e seu irmão ainda não subira, e de tanto esperar, uma visita chegou sem ser convidada: "o sono". E Rafa sabia que ele só ia embora depois que desse o que ele desejava, assim ele acabou cochilando.

FANTASMA NO BANHEIRO

FANTASMA NO BANHEIRO

Gerson sempre foi um pai agressivo, mas nunca tinha ficado tão irritado quanto naquele dia. Ele segurava seu filho com firmeza pelos braços, depois de tê-lo flagrado urinando no quintal de casa.

GERSON
Não criei maloqueiro para urinar fora do banheiro! Esta casa não é lugar de sujeira - disse Gerson a seu filho, William.

No entanto, pela primeira vez, ele não agrediu o garoto como de costume, apenas o arrastou para dentro de casa pelos braços, enquanto William chorava.

UM MEME - A NOITE CAI - PARTE 4

UM MEME - A NOITE CAI - PARTE 4 

Haviam se passado dois anos desde que me mudei para outra cidade. Decidi abandonar a busca pelo que aconteceu com minha falecida esposa, Carla, após vivenciar duas situações que pareciam terem sido retiradas de um filme de terror. No entanto, durante o enterro de um velho amigo, retornei ao meu antigo bairro, e ao passar pelas ruas onde morava, tristes lembranças que tentei esquecer ressurgiram.

E foi durante esse funeral, enquanto o padre buscava confortar a família com suas singelas palavras, que uma epifania ocorreu: "Amigos, mesmo quando a noite cai e a escuridão parece interminável, sejamos comedidos pois em breve chegará um amanhecer."

A NOITE CAI... Essa frase despertou lembranças dolorosas em mim, mas tornou-se uma chave que abriu uma porta. Carla repetia essas palavras antes de sua morte, e percebi que nunca procurei nada sobre essa frase. Talvez eu estivesse buscando respostas da maneira errada.

Após o enterro, decidi alugar um quarto em um hotel na minha antiga vizinhança.

APOCALIPSE


APOCALIPSE

Uma multidão corre em minha direção. Gritos e histeria, pessoas desorientadas como um rebanho de ovelhas fugindo de seu predador. Por impulso, também começo a correr, mas não posso me tornar mais um no meio desta desordem. Mesmo assim, uma coisa é certa: preciso continuar correndo e sair daqui.

Viro em uma rua sem saída que, por algum motivo, está vazia. Vejo um portão aberto. Escuto tiros e mergulho para dentro do portão, por puro reflexo. Me tranco pelo lado de dentro. Quando me viro, um sujeito empunhando uma faca vem em minha direção e a deixa bem próxima ao meu pescoço.

HOMEM
Nunca pensei que chegaria o dia em que um playboy iria invadir minha casa. Qual é o seu vulgo?

Apenas o observo, analiso de cima a baixo, mas não respondo.

HOMEM
É mudo, porra?!

PABLO
Não.

Tudo que consegui responder, ainda observando-o.

HOMEM
Então fala, porra!

PABLO
Gustavo.

Claro que não daria meu nome verdadeiro.

CAIXÃO NA BARRAGEM

CAIXÃO NA BARRAGEM

Era difícil para Oscar andar à noite, principalmente ao perceber o chão tão distorcido. Não sabia o que seria pior: chegar em casa tão embriagado ou ser encontrado no meio da rua; não queria passar vergonha, ainda mais tendo bebido tão pouco.

A solução seria cortar caminho pela barragem. Afinal, ele precisava chegar em casa rapidamente, antes que o álcool em seu sangue o deixasse inconsciente.

ALGUMAS POUCAS MENSAGENS


 ALGUMAS POUCAS MENSAGENS

Sentada em um banco da Praça da República, em plena tarde de uma segunda-feira, uma jovem de cabelos negros, olhos verdes e pele esbranquiçada ri sutilmente enquanto desfruta de seus poucos minutos do horário de almoço, trocando mensagens em um destes aplicativos de relacionamentos - indicação das suas amigas, que por lá conheciam diversos rapazes interessantes. Apesar de inicialmente ser contra conhecer alguém usando esse tipo de recurso, por curiosidade acabou cedendo aos pedidos das amigas e criou um perfil.

[Perfil de Melissa]

SONHADORA é a palavra que me define, pois sou complexa como um sonho deve ser.
Séries
Filmes
Livros
Isso é tudo que precisa saber por enquanto. Não perca seu tempo e não me faça perder o meu. Se deseja sexo casual aperte o X, mas se quer conversar e ver no que vai dar, s2.